Página constantemente e permanentemente em construção!

Um pouco de tudo, mas com o compromisso de tentar ser útil de alguma forma.

Por favor, comente, ou se não tiver paciência, clique em "GOSTEI", se você gostou, ou clique em "APAGA TUDO E REFAZ", se você não gostou.

sábado, 5 de maio de 2012

Coqueluche é a nova coqueluche do momento [2]

Já fazem alguns dias desde minha última postagem. Tanto eu como minha filha já apresentamos sinais de melhora. Minha filha não apresenta mais os malditos guinchos, mas tosse mais vezes (10-12 surtos/dia) do que eu porque ela não fica quieta...

Neste ínterim, houveram diversos surtos (3-5 surtos/dia) de tosse contínua (cerca de 5-8 tossidas em uma única inspiração). Felizmente minha glote fechou somente em 3 desses surtos. Ainda estou com as minhas olheiras amareladas por causa das petéquias e com meus olhos vermelhos de sangue dos derrames oculares. Não mais voltei a vomitar sangue (hemoptise). Minha cabeça e meu peito doem um pouco ao tossir. Em suma, minha aparência física lembra um pouco a dos zumbis dos jogos da franquia Resident Evil (principalmente os olhos).

Algumas coisas eu observei esta semana que podem ajudar a quem passar por essa experiência. A tosse pode ser disparada por várias razões, e eu observei que as mesmas razões que iniciavam um surto em mim também iniciavam um surto na minha filha. Assim eu vou fazer duas listas: das coisas que provocam a tosse e das coisas que ajudam a controlar a tosse.

Provocam a tosse:

  • Bombons e barras de chocolate;
  • Alimentos secos e que esfarelam como torradas e tortinhas;
  • Refrigerantes (qualquer coisa com gás é muito ruim);
  • Mel;
  • Nervosismo; 
  • Agitação física
Ajudam a controlar a tosse:

  • Manter o nariz limpo;
  • Cuspir o muco ou catarro assim que tossir;
  • Escovar os dentes e enxaguar bem a boca;
  • Chá de gengibre;
  • Banho quente;
  • Tomar um copo de água quente sempre que pressentir um surto;
  • Própolis com água.
Acredito que o corticoide que eu estava tomando também ajudava muito, mas é perigoso prolongar o uso desse tipo de medicamento, sobre tudo nessa fase de convalescença da doença, porque ele é um imunossupressor e pode facilitar a contaminação com outro patógeno oportunista.

Além disso tudo, esta semana fui procurado pela vigilância epidemiológica, para informar que nem eu, nem minha filha apresentamos positivo para coqueluche no exame de cultura de material da nasofaringe. Isso só pode indicar uma de duas coisas: como tanto eu como minha filha já havíamos iniciado o tratamento com o antibiótico na ocasião da colheita do material, a infecção já estava debelada e o exame deu  falso negativo; ou algum outro agente etiológico provocou uma síndrome coqueluchóide (uma outra infecção com os mesmos sintomas da coqueluche).

Novamente espero que estas observações sejam úteis!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Inutilidade curiosa

Eu aqui, com medo de dormir e ter outro acesso de tosse, exercendo a minha virtualidade social, e vejo que neste momento meu blog atingiu a marca de 666 visitas. Bizarro isso! Mas mais bizarro é eu comentar essa bobagem...

domingo, 29 de abril de 2012

Coqueluche é a nova coqueluche do momento [1]

Hoje tive uma experiência muito ruim. Mas antes, vou atualizar a todos para contextualizar esta experiência. Uma das razões pelas quais eu estou escrevendo é a total falta de informação que nós temos, mesmo na internet sobre a coqueluche (pertússis). Estou escrevendo para mostrar o aspecto prático da doença e de sua progressão. Como existe um farto material na internet sobre as causas, deixo alguns links no final para orientação geral.

Há uns dois meses, minha filhinha (3 anos), apresentou sintomas de tosse seca persistente, dor de garganta e no ouvido e um pouco de febre (37 ºC). Eu e minha esposa a levamos à pediatra, ela diagnosticou como uma infecção na garganta e no ouvido e prescreveu um antibiótico, um corticoide e um anti histamínico (antialérgico). Em uma semana, todos os sintomas regrediram e não mais voltaram, exceto a tosse, que perdurou deste jeito por mais um mês. Passado este mês, a minha filha teve um acesso de tosse muito forte enquanto dormia, que inclusive provocou o vômito. A levamos ao pronto-socorro e o médico prescreveu uma inalação com corticoide. Aí se seguiram algumas semanas de verdadeiro inferno: a tosse se dava em surtos e fazia ela perder o ar. Corremos com ela ao pronto socorro umas quatro vezes nas duas semanas subsequentes, e remarcamos um retorno à pediatra. Neste período, foi prescrito a inalação com broncodilatadores e mais corticoides, todos com pouco (ou nenhum) resultado. Neste período eu também comecei a apresentar os mesmos sintomas de tosse persistente. Eu e a minha mulher já desconfiávamos que poderia ser coqueluche, mas médico algum dava diagnóstico preciso, se limitando a responder que era uma "tosse alérgica". Uma das médicas, quando questionada de poderia ser coqueluche, fez-se rir e disse que a doença estava erradicada, e que se fosse o caso, seria necessária uma traqueostomia. A chapa do pulmão não indicava anormalidades.

Uma noite antes do retorno à pediatra, novamente a minha filha teve um surto de tosse no qual ela perdia o ar e ficava desesperada para respirar, como com a garganta obstruída (o tal guincho da coqueluche). Levamos ela novamente ao pronto socorro, quando a médica finalmente nos passou um encaminhamento para a vigilância epidemiológica, para a confirmação do diagnóstico de coqueluche. No dia seguinte, a pediatra confirmou o diagnóstico e passou a tratar a minha filha com claritromicina (14 dias!), além de pedir alguns exames para alérgenos, refluxo esofágico e hemograma. Neste ínterim minha tosse só foi piorando e frequentemente eram acompanhadas por uma dor de cabeça excruciante, vindo da nuca até as têmporas. Após a tosse, a dor gradativamente desaparecia.

Minha filha passou a ter cerca de 4 à 5 episódios de noturna e mais uns 3 à quatro episódios durante o dia. A tosse promovia fechamento da garganta (glote) e vômito (chamada tosse paroxística). Após 8 dias, os surtos passaram a melhorar pouco à pouco. Com a vinda de chuva e frio, as tosses retornaram um pouco mas mais fracas, e agora ela apresenta surtos mais fracos cerca de 1 a 3 vezes ao dia.

Nesta fase, fui ao médico também. Me foi prescrito um antibiótico (azitromicina, com a dosagem de 1 g por dia, por 5 dias) e também fui encaminhado para a vigilância epidemiológica. Apresentei, na semana passada, cerca de 3 surtos de tosse paroxítica ao dia. Só aí eu presenciei o sofrimento que minha filha estava passando, somente nisso que eu descobri o que é o martírio da "tosse paroxítica".

Cada surto, que se apresenta repentinamente, consiste de 4 a 8 tossidas gradativamente menores, em uma única inspiração, sendo que todo o ar que tinha nos pulmões se vai. Na falta de ar, a garganta só deixa passar uma parte do ar, o que produz o tal "guincho", que é uma sensação horrorosa de se respirar e não conseguir. Parte do pouco ar que passa, ao invés de ir aos pulmões, vai para o estômago o que contribui ainda mais para a sensação de sufocamento. Este ar sai como uma eructação (arroto) que faz tossir ainda mais, isso quando este ar não estimula o vômito. Como as fossas nasais enchem de muco, não dá para respirar tampouco pelo nariz. Somente depois de uns 30 segundos a respiração se torna possível. Hoje pela madrugada tive um desses acessos horríveis (acho que o pior), vomitei sangue e apresentei petéquias em torno dos olhos, o que me deixou desesperado (pensei que fosse uma hemoptíse) mas quando fui ao pronto socorro o médico me disse que o sangue tinha sido de minha garganta. Em minha filha, os episódios dessa tosse eram sucedidos por uma prostração e cianose.

Ao contrário do que se pensa, tanto eu como minha filha fomos vacinados contra essa doença, conforme o calendário de vacinação, que seguimos rigorosamente. Só fica a dúvida quanto a eficiência desta vacina, visto que os casos de coqueluche, tanto em adultos como em crianças, está aumentando nos últimos anos.

Vou voltar a escrever mais sobre este tópico, como estamos encarando e também algumas reflexões sobre a saúde no Brasil. Espero que seja útil!

Links
Coqueluche: Causas e Sintomas
migre.me/8SAN7
migre.me/8SATQ

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Destrinchando meus defeitos, para todos os efeitos [1]

Irascível. Dentre a multidão de defeitos que se acumulam em mim, este vive dando as caras. Para quem não sabe, irascível é a quele que se irrita fácil. Em miúdos: é o cara que fica puto com qualquer coisa.



Estou refletindo sobre este defeito. Emmanuel disse algo assim: "uma frase, coberta de aspereza, figura um murro na cara das oportunidades que surgem". Pois bem: quando eu fico indignado com alguma injustiça, passo a distribuir "juízos de valores" impensados que não correspondem com aquilo que eu realmente penso, opiniões preconceituosas e parece que a razão, a lógica e a racionalidade (que são características as quais eu me gabo de possuir) me abandonam totalmente.

Ao que parece, ainda preciso aprender a lidar com injustiças e por minha energia em coibir (ou contra balancear) de maneira inteligente estas distorções do caráter alheio. Mas o que eu faço? Eu simplesmente amplifico as coisas e transformo as vezes um mal entendido em um cataclismo moral. Chega a ser ridículo: exponho uma torrente argumentos falaciosos, que eu jamais diria em sã consciência, e distribuo fartamente um caminhão de impropérios.

Agora, vamos anatomizar a problemática: O que acontece quando eu solto uma bomba atômica em um problema do tamanho de uma baratinha? Simples! Todos sentem seus efeitos danosos... e o pior ainda vem: muitas vezes a barata sai ilesa (as baratas possuem uma resistência maior para radiação). Isso quando ela não vira um mutante muito maior e muito mais perigoso. E quem sai machucado? Geralmente as pessoas a quem eu mais prezo e gosto.

Porque eu continuo fazendo isso? Por acaso eu sou algum idiota? Pode até ser... mas na realidade eu creio que seja um misto de vários pensamentos sobre várias situações análogas. E isso está implantado em meu espírito tal como um câncer da alma. Desta maneira é mister estripá-lo! Infelizmente, a exemplo de uma quimioterapia, remover um defeito leva tempo até acharmos uma abordagem correta. É exatamente o que eu estou fazendo agora: estou expondo um defeito para ser dissecado. Assim podemos isolar a doença e finalmente, curá-la.

Não tenho esperanças de um tratamento rápido. Mas tenho a certeza que eu, e os outros a quem estimo, viveremos melhor.

Ahhh... e para os injustos, sério, já gastei muito do meu tempo e fígado com vocês... que se lasquem! Vocês merecem o meu silêncio, tal como quando alguém morre. Mas, no caso quem morreu foi o bom senso, a ética, o caráter... mas pelo menos estas minhas características eu tento manter preservadas em mim. Meus pêsames!

domingo, 22 de abril de 2012

Para o mundo que eu quero descer [2]!

O último mês foi criminalmente agitado aqui em São Carlos. Primeiro, os pais de uma colega de trabalho são assaltados em casa: a mãe dela toma um tiro na cabeça e o pai toma outro no abdômen (migre.me/8MJJR). Depois um cara aqui do meu bairro se envolve em um crime (migre.me/8MJQ5), supostamente por causa de drogas.

Normalmente isso poderia passar batido. Crimes horríveis ocorrem todos os dias em todos os lugares. No entanto a minha reação de espanto, depois estarrecimento e por fim, revolta, que eu acredito que seja natural, me fez pensar.

Bastou acontecer no meu quintal para que minha reação passasse de impassível para engajado. Aqui presenciamos um fenômeno muito ruim: tendemos a desprezar o que nos é distante e só nos mexer quando a desventura bate a nossa porta.

Todos os crimes deste tipo são lamentáveis. Nosso descaso deriva de uma preguiça travestida de impotência. Para quem fica, a solução é simples: fazer alguma coisa, mesmo que seja uma auto reflexão. Toda a ação começa em um pensamento. Então pelo menos meditemos nos acontecimentos, mesmo quando são distantes.

Como disse um grande homem uma vez:
"We will have to repent in this generation not merely for the hateful words and actions of the bad people but for the appalling silence of the good people" - Martin Luther King Jr.